Para Sempre, Kim e Krickitt Carpenter.

14 de abril de 2012

Para Sempre
"The Vow"
Kim e Krickitt Carpenter
Editora Novo Conceito
144 páginas

Para Sempre é um livro que conta uma história real, a história do casal Carpenter. Quando eu peguei pra ler, achei que era algum tipo de romance, principalmente por causa do filme. Não que não seja. Mas
não é simplesmente sobre isso. É uma história de superação e, acredite se quiser, de fé, acima de todas as coisas.
Kim Carpenter era treinador do time de beisebol na Universidade Highlands, no novo México quando "conheceu" Krickitt, uma atendente na empresa onde ele pretendia comprar algumas jaquetas para os seus jogadores. A voz da moça o tocou, ele voltou a ligar, e em pouco tempo eram bons amigos que queriam ser mais que amigos. Conheceram-se pessoalmente, se apaixonaram, ponderaram e aí então resolveram que o caminho correto para viver o seu amor seria o casamento. Casaram-se, então. Começaram sua nova vida e estavam juntos, felizes e cheios de amor pra dar quando, apenas dois meses depois de casados, sofreram um acidente de carro enquanto faziam uma viagem para visitar os pais de Krickitt. Kim não usava cinto, foi arremessado do carro e teve ferimentos que foram "facilmente" tratados. Krickitt não teve tanta sorte. A batida causou uma lesão cerebral tão séria que fez os médicos acharem que ela não sobreviveria. Mas ela sobreviveu. E mais que isso, recuperou-se. Krickitt era um milagre. O único problema é que ela não conseguia lembrar-se de Kim.
Para sempre é um livro difícil de se falar sobre. É um livro com uma história incrível, muito bonita, tocante, emocionante, cheia de significados e de mensagens de fé. Mas achei difícil levar, principalmente no começo, por que a escrita me incomodou muito. Era como se Kim estivesse sentado ao meu lado contando sua história, e não como se fosse personagem de um livro (o que, né, ele não é, mas mesmo assim) ou como se eu estivesse dentro de sua cabeça, como costuma ser esse tipo de livro em primeira pessoa. Ele está meio que dando seu testemunho, que é muito bonito, mas é esquisito de ler. E no começo, quando ele está contando como eles se conheceram, como se descobriram e contando sobre a fé de Krickitt e sobre a falta de fé dele, tudo era bonitinho, mas era tão chato. Era só um homem falando sobre seu casamento e admito, arrastei a leitura. 

    Mas quando chegamos ao acidente, as coisas mudam de figura. Deste ponto em diante, o discurso de Kim torna-se mais emocionado e a leitura avançou, mesmo com o estilo da escrita ainda me incomodando um pouco. Foi que, de repente, ele tinha alguma coisa interessante pra me contar e valia a pena sentar do lado dele enquanto ele me contava a história de sua vida.

    Kim não é dramático, mas é muito sincero. A partir do momento em que sua esposa corre risco de vida e ele percebe que sem ela não saberia continuar, você começa a devidamente entendê-lo e fazer parte dele e torcer por eles, por que é agoniante acompanhar a espera e o lento enlouquecer dele sem ela. E tudo do acidente em diante é extremamente descritivo, sério, cheio de termos médicos (não se preocupe, eles estão devidamente explicados, quando não pelo próprio Kim, por notas de rodapé) e de coisas que me faziam chorar simplesmente por que estavam lá, expostas. Não foi a reação do Kim que me deixou tão tocada, mas as coisas como eram. Eu chorei lendo a descrição do acidente, dos destroços, do estado médico dos dois, dos atos dos amigos. A partir do acidente você entra numa esfera muito íntima da vida de Kim, e daí pra frente eu realmente comecei a gostar do livro. Preciso dizer que chorei baldes lendo, e sim, esse foi um dos motivos que me fez gostar tanto dele. Não por que eu goste de chorar, mas por que tudo era tão real que doía.

    Depois do acidente, Kim e Krickitt entram numa fase de espera e recuperação. É difícil pra eles como um casal, pra ela como pessoa reaprendendo a viver, pra Kim tendo que lidar com tudo o que restou da vida deles e é a parte mais importante do livro. É quando eles insistem em viver a promessa que fizeram um para o outro, quando casaram, mesmo que Krickitt não se lembre. E é também a parte que mais transborda fé, e é por isso que eu estou dizendo, avisando mesmo pra você que possa ter algum problema com isso, Para Sempre é um livro com muitas dessas mensagens de fé incondicional. Krickitt é religiosa e Kim, por tanto amá-la, passa também a acreditar e confiar nessa fé pra seguir em frente. Não existe no livro algo especifico sobre uma religião, mas ela está presente e é parte importante da historia, por que é o suporte de ambos. Krickitt tem um longo tempo de reabilitação pela frente, não consegue lembrar do marido e é só a confiança que ela tem em Deus que a faz tentar de novo. E é também o que o faz continuar a tentar, a cuidar de Krickitt e a estar lá pra ela, amando-a quando ela não consegue fazer o mesmo.

    O livro entra então não só na recuperação física de Krickitt, mas no que eles tem que fazer pra recuperar o casamento deles. Ela não tem lembrança nenhuma dele e por mais que tente, não consegue recuperar nem uma memória da época em que estiveram juntos. Eu acredito que essa seja a parte mais explorada no filme (que eu não vi), mas no livro achei que ela passa rápido. Como eu já disse, eles justificam tudo pela fé e não desistem.

    É um livro com uma história linda, curta e de leitura rápida. Acredito que a trama já tenha sido bem divulgada por aí quando na estréia do filme (e do próprio livro) então não é o quê acontece o importante, mas ver o como. Como aconteceu, como eles lidaram com isso (e foi por isso que fiz uma resenha tão super descritiva e enorme). Vale a pena, com certeza, por que é uma lição de vida. Então sim, sim, recomendo a leitura, começo chato e tudo, por que é u
m daqueles livros que você fecha sabendo que aprendeu alguma coisa. Alguma coisa muito boa.


"Só existe uma coisa que pode superar para sempre os eventos dolorosos pelos quais passamos, e essa coisa é o amor que sinto por você".

Beijo, beijo,
  Thai.


  
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